quarta-feira, 10 de junho de 2009

O escolhido

Ele sai à meia-noite!
Se esvai nas trevas nascente...
Tragado
Pela escuridão decadente...
Ao longe... um uivo de lamento...
Em negras brumas se converte o firmamento...
Ocultando, das estrelas... a vigília dormente...
Só da lua, o resquício opaco prevalece...
A epiderme nua... com o frio estremece...
Anestesia o medo... afinal... ele é seu filho...
Um filho acolhido pelo manto da mãe...
Apaga a dor...
Despreza a existência...
Dos céus nem mais roga a clemência...


Da solidão... morte... vazio... destruição...
O alívio... no sepúlcro iminente que busca...
Busca... além...
Além da dor, além do desespero...
Nessa trincheira sem armas...
Nessa batalha de si mesmo...
Continua... corre a esmo...
Vencido pelas trevas...
Engolido no abismo infinito...
A transmutação se processa...
Se cumpre a maldita promessa...
Nas o servo das trevas,
No cântico que o vento professa...

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